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UMA APRENDIZAGEM DA ANTROPOFAGIA

Journal: Revista de Letras (Vol.12, No. 12)

Publication Date:

Authors : ;

Page : 233-265

Keywords : Romance; Antropofagia; Antropologia; Carnaval;

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Abstract

O Cogitário, romance de Napoleão Sabóia que escolhemos para estudar o tema da "antropofagia", nos ofereceu um material tão vasto que tivemos dificuldades de selecioná-lo para uma rápida análise. Excluímos dele a abordagem picaresca, para a qual nos pareceu intencionalmente orientado. Entendemos, no entanto, que picaresca e antropofagia se confundem em vários aspectos, principalmente no social, que aqui tentamos focalizar. Para tanto, apoiamo-nos na teoria da carnavalização, de Mikhail Bakhtin, que, por sua vez, se fundamenta no fato social propriamente dito. O Carnaval também engloba as análises de cunho antropológico e psicológico, que constatamos no seguinte comentário de Roberto da Matta: "Como nas sociedades tribais, das teorias de Gluckman, o Carnaval ajuda a separar os papéis sociais, pois nele todos se descobrem como duas pessoas: uma que atua no quotidiano, sendo séria e pouco dada a "brincadeiras"; outra, ( ... ) safada e malandra, capaz de operar como um ator perfeito, simulando as emoções mais proibidas e mais vergonhosas, ou ( ... ) as "mais baixas". (Carnavais, Malandros e Heróis, p. 113).

Last modified: 2018-07-17 23:28:53