ANTÔNIO MARTINS FILHO DEZ ENFOQUES SOBRE AUGUSTO DOS ANJOS

Raríssimos os homens de letras deste país que mereceram tão vasta bibliografia crítica - livros, teses, monografias, ensaios e artigos - como o poeta paraibano Augusto dos Anjos. É bem verdade que uma parcela dessa bibliografia procura denegrir-lhe a produção. Esse fato, entretanto, não deixa de ser normal. É o que sói acontecer a quantos mais se projetam, não só no campo das letras, senão também nas diversas áreas da atividade humana. A esse respeito, dentre tantos outros exemplos frisantes, citemos um apenas. Quantos opositores não teve José de Alencar? Na verdade, o maior romancista brasileiro, o irrecusável e fecundo criador da literatura nacional, se, por um lado teve uma considerável quantidade de comentaristas favoráveis, a exaltarem sua obra, de outro ângulo, não lhe faltaram os cáusticos e iníquos julgadores, a minimizarem e até a achincalharem sua tão apreciada e tão aplaudida produção. E isto não apenas no Brasil, porém ainda em Portugal. Idêntica sorte tiveram outros fulgurantes nomes da nossa literatura, sorte a que não escapou o genial, o extraordinário poeta Augusto dos Anjos, sobretudo logo após a publicação do seu primeiro e único livro, Eu, quando, minguadas e restritivas, muitas delas até mesmo deletérias, se apresentaram as manifestações críticas acerca da obra.