São os membros superiores na Paralisia Cerebral negligenciados?

Introdução: o tratamento do paciente com paralisia cerebral tem o objetivo de torná-lo independente e eficiente em suas atividades, a despeito de suas deficiências. Objetivo: avaliar se, em um serviço de atendimento especializado, os membros superiores são preteridos ou negligenciados no tratamento das alterações motoras da Paralisia Cerebral. Métodos: foram analisados 80 pacientes portadores de Paralisia Cerebral, menores de dezessete, anos tratados institucionalmente. Foram avaliados pelo mesmo examinador quanto à classificação e tratamentos (cirúrgico ou não) do aparelho locomotor. Resultados: os membros superiores tiveram a seguinte abordagem terapêutica considerando o grupo que apresentava comprometimento de uma das mãos: um (2%) foi submetido à transferência tendinosa no punho, e 53 (98%) não foram operados. Quanto a órteses, nove (17%) usavam estabilizadores de punho e 45 (83%) não usavam. Quanto à toxina botulínica, não houve aplicação nos membros superiores. Nos membros inferiores, considerando o total de pacientes, 16 (20%) foram submetidos à cirurgia e 64 (80%) não foram operados. As cirurgias foram: um tratamento cirúrgico de luxação do quadril, sete alongamentos múltiplos em membros inferiores, cinco alongamentos de tendão calcâneo, três tenotomias de adutores. Quanto ao uso de órteses, 49 (61%) faziam uso e 31(39%) não as utilizavam. Dos pacientes que faziam uso de órteses, 48 usavam tala estabilizadora de tornozelo e um usava estabilizador de joelho. Quanto ao o uso de toxina botulínica: 32 tiveram aplicação (40%) e 48 não receberam aplicação (60%). Conclusão: no presente estudo, o tratamento do membro superior foi negligenciado.