Ecodesign: um Novo Paradigma Moderno Inscrito entre Moda e Consumo?

Este artigo pretende analisar as relações existentes entre a modernidade, a moda que rege as formas do vestir, o consumo evidenciado pela sociedade capitalista e suas implicações na prática do ecodesign que integra um novo paradigma no contexto vivenciado pelos indivíduos e a natureza. A modernidade possui como principais características a separação entre tempo-espaço, o desenvolvimento dos mecanismos de desencaixe e a apropriação reflexiva do conhecimento que desloca a vida social da fixidez da tradição. Nesta perspectiva, a modernidade associa-se à racionalização, que impõe a destruição dos costumes e crenças tradicionais, sendo marcada por um apetite pelo novo. O apetite pelo novo é condição de existência da moda, traduzida pelo incessante processo de mudança de formas e estilos. Atuando em uma sociedade capitalista, moda está relacionada com o consumo e a obsolescência programada, que promovem a cultura do excesso contribuindo com a produção de resíduos e elevando os danos ambientais. Na atualidade, a relação entre o mundo dos objetos e o ambiente natural é intermediada pelo ecodesign, entendido como modelo projetual orientado por critérios ecológicos, que sintetiza um vasto conjunto de atividades projetuais, com a finalidade de enfrentar os temas postos pela questão ambiental partindo do redesenho dos produtos industriais.