Modelo para estimativa do consumo domiciliar de água e de energia elétrica em centros urbanos a partir de variáveis socioeconômicas

Na determinação da demanda domiciliar de energia elétrica e de abastecimento de água torna-se crucial estimar com maior acurácia os consumos residenciais per capita. Neste contexto, o artigo versa sobre a proposição de dois modelos de predição de consumo de água e de energia elétrica, desenvolvidos a partir de variáveis socioeconômicas conjunturais. Para tal elaboração, efetuaram-se comparações entre rendas per capita e consumos de água e energia elétrica em bairros dos distritos operacionais das concessionárias de Belo Horizonte (Copasa e Cemig). Posteriormente ao cálculo de variáveis derivadas e consolidações necessárias, procederam-se análises e regressões, visando à obtenção das melhores correlações entre variáveis explicativas e dependentes, ajustando-se curvas que denotassem a melhor aderência dos dados. Para validação dos modelos, selecionou-se uma capital brasileira com indicadores de IDH-M e renda per capita superior à média nacional, ensejando cenário de desenvolvimento socioeconômico de possível alcance dentro da realidade brasileira. Neste viés, os modelos propostos foram validados para a realidade de Porto Alegre, comprovando a relação intrínseca entre a renda per capita e o consumo domiciliar de água e de energia elétrica. Os erros equivalentes entre os valores mensais estimados pelos modelos e os efetivamente verificados, respectivamente para Belo Horizonte e Porto Alegre, foram para demanda de água de -2,6% e -0,4%, e para energia elétrica de +10,2% e +8,2%. A baixa magnitude dos erros permite estimar o emprego da metodologia e dos modelos dela decorrentes para outros centros urbanos brasileiros.