Distribuição temporal de chuvas intensas em Pelotas/RS

Para pequenas bacias hidrográficas, onde séries históricas de vazão geralmente não existem, a estimativa da vazão de projeto pode ser feita a partir do resultado da análise de chuvas intensas na região. Um dos elementos importantes dessa análise é a definição dos padrões de distribuição temporal das chuvas intensas que possam servir de referência para o desenvolvimento do hietograma da chuva de projeto. Considerando que esses padrões ainda não são conhecidos para Pelos, o presente estudo teve por objetivo determinar os padrões de distribuição temporal (anual e estacionais) das chuvas intensas, segundo a metodologia usada por Huff (1967) e identificar aqueles mais apropriados para a determinação do hietograma da chuva de projeto. Segundo esse método, as chuvas intensas são classificadas em quatro grupos, de acordo com a distribuição da precipitação em cada 25% de sua duração total. Em cada grupo e para cada 10% de duração da chuva, é formada uma série de precipitação expressa em percentagem. De cada série, é determinada a distribuição empírica de probabilidade. Com isso, constróem-se curvas (conhecidas como curvas de Huff) relacionando, para determinados níveis de probabilidade, a precipitação acumulada com o tempo acumulado expressos em percentagem. Por tanto uma curva de Huff corresponde ao padrão de distribuição temporal associado à uma chance de ocorrência. Os resultados mostraram o seguinte: (i) As chuvas mais frequentes em Pelotas são as do grupo I; (ii) O efeito das estações do ano sobre o desenvolvimento das cuvas de Huff foi marcante apenas para chuvas do grupo I; (iii) Os padrões de distribuição temporal das chuvas do grupo I são os que devem servir de referência para o desenvolvimento do hietograma da chuva de projeto.