GOVERNAMENTALIDADE COMO PRÁTICA DE SUBMISSÃO DO CORPO À BIOPOLÍTICA
Journal: InterEspaço: Revista de Geografia e Interdisciplinaridade (Vol.2, No. 4)Publication Date: 2016-06-30
Authors : Elinalva Pinto de Carvalho;
Page : 97-108
Keywords : Governamentalidade; Corpo; Biopolítica; Razão de Estado.;
Abstract
Investiga a prática governamental definida por Michel Foucault como uma arte de governar, como esse poder político se aperfeiçoou, demonstrando que ele se caracteriza por práticas adquiridas sob uma concepção da “razão de Estado”, operando por meio de sistemas de submissão que, aplicados ao corpo, funcionam como ferramentas de dominação e construção da espécie. Em primeira instância, busca-se conhecer os conceitos que permitiram a Michel Foucault construir a noção de governamentalidade pautada na razão de Estado, quer dizer, uma racionalidade governamental que se notabiliza por uma nova maneira de regulamentação política e submissão do corpo para assim manter os indivíduos presos aos aparelhos de poder. A partir do século XVIII, Foucault identifica uma série de mecanismos que possibilitaram a ascensão do Estado como um poder centralizador e,depois, poder capilar e pulverizado que rege a espécie humana. Entre tais mecanismos se dá ênfase a algo que Foucault identificou como biopolítica: uma prática governamental pela qual se conduz (por meio da força ou não) estratégias políticas que legitimam o poder do Estado, encontrando na população seu objeto de produção e potencialização. Esse poder governamental proposto por Foucault implica uma série de condições específicas que possibilitaram sua expansão para o meio onde se desenvolve a população. Toda a filosofia, do denominado último Foucault, possui como centro de sua atenção a constituição de um novo modelo de poder, a organização de políticas preocupadas essencialmente com a gestão da vida, e o surgimento de um novo horizonte onde os indivíduos e as forças do Estado e do Capital entrariam em conflito.
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Last modified: 2016-10-18 21:37:21