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A ESCADA

Journal: Revista de Letras (Vol.13, No. 12)

Publication Date:

Authors : ;

Page : 183-186

Keywords : Poesia; Narração; Literatura brasileira;

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Abstract

Acordara no meio da noite, angustiada, com o corpo ainda sacudido pelas emoções, lembrando-se do que sonhara: "subia lentamente uma longa escada, pressentindo que alguém a seguia. Os passos eram leves, medidos, cuidadosos, porém ela os ouvia com nitidez. Sentia calor à medida que se aproximava do topo da escada, por onde, afirmavam, os raios de sol atravessavam a clarabóia. Sabia que, ao atingir aquela luz, os passos a alcançariam, pondo fim ao pesadelo" . Essa luz era-lhe indefinida. Tinha a percepção pelas descrições ouvidas. Podia senti-la e, mesmo assim, tudo era tão difuso! Nas manhãs de sol, passeando fora de casa, a sensação de luz, para ela, era o calor. Ao passar as mãos nos cabelos estavam quentes como também sua pele. Sempre achara que a luz transmitia, de chofre, modorra e suor, assim como o fogo . O seu mundo era bem mais tépido desde que nascera. Ao começar a falar, pedia que lhe descrevessem como era a claridade e nunca lhe conseguiram definir as nuanças e a intensidade da luz. A luminosidade do luar fora-lhe mais fácil entender, pois diziam que a lua brilhava, friamente, na escuridão. Já com o sol, havia sido mais difícil, pois brilhava em plena claridade com seus raios estendendo-se em feixes, que reverberavam.

Last modified: 2018-08-09 01:59:48