CADERNOS DE ROSA: UMA LIÇÃO BENJAMINIANA SOBRE A ARTE DA LINGUAGEM
Journal: Revista de Letras (Vol.12, No. 28)Publication Date: 2006-08-01
Authors : Marília Rothier Cardoso;
Page : 112-115
Keywords : saber comunitário sertanejo; arte experimental; teoria da linguagem;
Abstract
Embora essencialmente um contador de estórias, Guimarães Rosa desenvolveu um estilo muito sofisticado para construir suas narrativas, combinando o falar arcaizante do sertão com a dicção solene da tradição clássica e com os experimentos da vanguarda cosmopolita. Pesquisando seus arquivos, podem-se encontrar cadernos de anotações onde o escritor registrou versos populares, fragmentos de relatos de vaqueiros, estórias de fada, vocabulário típico da lida do campo, citações dos clássicos do bucolismo e informações dos viajantes naturalistas do século XIX. Uma leitura comparativa entre esse tipo de notas manuscritas e os contos publicados nos permite captar uma teoria da linguagem própria de Rosa, que corresponde, como ele mesmo dizia, a um tipo de técnica tradutória. Assim, para tentar explicar tal teoria é muito útil tomar de empréstimo de Walter Benjamin alguns conceitos e metáforas operacionais, uma vez que se pode surpreender uma impressionante semelhança entre o pensamento dos dois escritores.
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Last modified: 2018-09-14 23:28:18