PENSANDO A ADAPTAÇÃO DE INTÉRPRETES EM UM ECOSSISTEMA CULTURAL NO ALÉM-MAR: REFLEXÕES INICIAIS
Journal: Revista de Letras (Vol.2, No. 37)Publication Date: 2018-12-03
Authors : Wesley Alves de Araújo;
Page : 283-293
Keywords : Ecossistema cultural. Intérpretes. Cultura material. Cultura imaterial.;
Abstract
O presente trabalho busca observar de forma holística como se deu o contato entre europeus e nativos durante os séculos XVI e XVII, utilizando para este fim exemplos de duas situações distintas da relação colonizador-colônia. A primeira diz respeito ao contato entre intérpretes franceses e os índios tupinambás no Rio de Janeiro durante o século XVI, no contexto da colônia chamada França Antártica, estabelecida na Baía de Guanabara. A segunda situação tem seu início ainda no século XVI, e se estende até o final do século XVII, e tem como recorte os contatos culturais estabelecidos entre portugueses e nativos do chamado Royaume de Barre, atual Gâmbia, na África. Utilizaremos como base metodológica o conceito de Ecossistema Cultural apresentado por Couto (2018). Tal conceito nos permitirá observar os resultados dos contatos culturais a partir de uma visão ecológica de mundo (VEM), que nos auxiliará no entendimento de fatos ocorridos nas situações que serão aqui apresentadas. Desta maneira, a discussão que será aberta terá como principal objetivo um aprofundamento do olhar sobre as diversas formas em que se deu o contato entre indivíduos pertencentes a determinado ecossistema cultural, e que eram inseridos em outro, seja de forma forçada, seja voluntariamente. Como consequência direta desses contatos, ganha destaque a necessidade de uma adaptação ao meio, que era imposta aos indivíduos que tinham como função o intermédio entre navegadores europeus e os nativos, sempre em atos de negociação uns com os outros. Essas negociações tornaram o intermédio linguístico inegavelmente essencial, tanto na América quanto na África, o que culminou na relação próxima entre os nativos das colônias e os indivíduos a quem era legado o papel de intermediário.
Other Latest Articles
- FESTIVAL DO ÇAIRÉ/SAIRÉ EM ALTER DO CHÃO: O HOMEM, O LUGAR E A LÍNGUA
- ALSÁCIA E MARTINICA: OS CONTATOS QUE ORIGINARAM O ATUAL CENÁRIO LINGUÍSTICO FRANCÊS
- A ECOLINGUÍSTICA E O ESPAÇO URBANO: UMA ANÁLISE DE FACHADAS COMERCIAIS DA CIDADE DE GOIÂNIA, GOIÁS
- MARANHENSE. E POR QUE NÃO TIMBIRA? OS ADJETIVOS PÁTRIOS E GENTÍLICOS À LUZ DA ECOLINGUÍSTICA
- A ECOLOGIA DA INTERAÇÃO COMUNICATIVA NO JORNAL “O POPULAR”
Last modified: 2021-06-16 23:48:50