Determinação de anti-inflamatórios na água e sedimento e suas relações com a qualidade da água na bacia do Alto Iguaçu, Curitiba-PR.

A contaminação ambiental por poluentes emergentes tem sido explorada em diferentes pesquisas na área ambiental. Isso deve, em grande parte, pela baixa eficiência dos tratamentos de efluentes municipais e pelo alto consumo de produtos químicos. A bacia hidrográfica do Alto Iguaçu, localizada na Região Metropolitana de Curitiba, apresenta alta densidade populacional em seu entorno e, consequentemente, problemas na qualidade da água de seus rios. Considerando este aspecto, o presente estudo abrangeu a avaliação de contaminantes emergentes em cinco rios pertencentes a esta bacia. Foi avaliada a contaminação pelos anti-inflamatórios ibuprofeno, paracetamol e diclofenaco, na água superficial e nos sedimentos, durante um ano, totalizando quatro campanhas amostrais. O ibuprofeno foi quantificado somente na primeira amostragem, apresentando concentrações elevadas no rio Belém (729 ng.L-1). Já o diclofenaco foi amplamente detectado na água, chegando a concentrações de 285 ng.L-1 na terceira coleta no rio Iguaçu. Ao contrário dos demais, o paracetamol foi frequentemente quantificado na água, tendo os rios Iguaçu e Belém com mais presença deste fármaco, o qual também foi determinado nos sedimentos, especialmente no rio Barigui, chegando a apresentar 6,896 -g g-1. A presença desses compostos nos rios amostrados confirma a interferência antrópica que a bacia do Alto Iguaçu sofre da desordenada urbanização.