Avaliação das modificações hidrológicas ocorridas na Estação de Porto São José, situada em um trecho do rio Paraná regulado por Usinas Hidrelétricas
Journal: Revista Brasileira de Recursos Hídricos (Vol.20, No. 3)Publication Date: 2015-09-01
Authors : Jéssica Martins dos Santos; Luiz Henrique Maldonado; Paulo Everardo Muniz Gamaro;
Page : 752-762
Keywords : Usinas hidrelétricas; Curva -chave; Histerese;
Abstract
As Usinas Hidrelétricas (UHE) possuem importante representação no cenário energético brasileiro, sendo a base para o Sistema Interligado Nacional (SIN). Entretanto, uma das consequências das operações das UHEs são as alterações dos regimes hidrológicos naturais dos sistemas fluviais, tanto à montante quanto à jusante da barragem. Em vista disso, o presente trabalho faz uma análise das possíveis alterações hidrológicas em uma estação fluviométrica situada à jusante de UHE, baseando-se em campanhas de campo, como medições de vazão realizadas no período de 1965 a 2014, levantamentos batimétricos e serie histórica de nível d-água. Os resultados obtidos para a Estação de Porto São José (PSJ), no rio Paraná, situada 30km à jusante das UHE Porto Primavera e UHE Rosana, indicam a ocorrência de um processo de erosão na seção de PSJ, com um aumento da área molhada de 28% e redução da velocidade média de 20%. Em vista destas alterações, foi determinada uma nova curva-chave para condição de escoamento permanente e foi identificada e corrigida a condição de escoamentos não permanentes (histereses) em PSJ. Assim, considerando o somatório das defluências das UHEs como referência, a tabela de calibragem indica desvios mensais de -500 m?.s-1, a curva-chave para escoamento permanente desvios de -90 m?.s-1 e a curva-chave para escoamentos não permanentes desvios de-75 m?.s-1. Apesar da curva-chave para escoamento permanente apresentar pequenos desvios mensais (-90 m?.s-1), em função da demanda energética diária as defluências das UHEs ocasionam desvios horários em PSJ de +640 a-610 m?.s-1 (média de 17 m?.s-1). Assim, a regularização das vazões no trecho do rio Paraná ocasionou alterações de variáveis hidrológicas e hidráulicas em PSJ (e.g., área, velocidade, escoamento para condição não permanente) e que puderam ser corretamente representadas pelas curvas-chave definidas por contínuas campanhas de campo.
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Last modified: 2016-05-08 12:39:40