Análise por ondaletas sobre níveis de rios submetidos à influência de maré
Journal: Revista Brasileira de Recursos Hídricos (Vol.20, No. 1)Publication Date: 2015-03-01
Authors : ANTONIO ELISEU HOLDEFER; Dirceu Luis Severo;
Page : 192-201
Keywords : Espectro de potência de Fourier; Hidrologia; Maré; Transformada wavelet; De-noising; Espectro de potência wavelet;
Abstract
Certos cursos de água tais como ribeirões, próximos a regiões costeiras e que são afluentes de rios maiores, que por sua vez deságuam no mar, podem sofrer influência direta da ação de refluxos de maré. O fenômeno pode se mostrar desprezível em condições de maior vazão, porém o mesmo pode se tornar perceptível em condições de baixa vazão. Erros de cálculo de vazão em situações de níveis baixos podem ser consideráveis se um sistema de suavização de-noising adequado não for utilizado para eliminar os efeitos da maré. Muitas vezes, examinando-se a série histórica hidrológica e usando-se a análise de Fourier padrão no domínio de tempo-frequência, pode não ser possível identificar de forma conclusiva onde se encontram as fontes de ruído (maré). No entanto, uma nova perspectiva pode ser obtida por meio da transformada wavelet ou ondaleta, em português, usada para analisar a série temporal no domínio de tempo-escala. Usando-se essa abordagem, um estudo de caso que envolve uma série hidrológica de nível observada no Ribeirão da Velha em Blumenau-SC é apresentado, no qual se aproveitou a instalação de uma nova rede telemétrica de medição de nível, com aquisição de dados em intervalos de 5 minutos, tornando-se possível a medição da maré de maneira precisa devido à alta resolução temporal. Tal análise rendeu provas conclusivas da influência das marés no local de medição de nível em períodos de baixo fluxo. Após a confirmação que a existência de flutuações de pequena amplitude são devidas à maré, a série de níveis de Ribeirão da Velha foi submetida a um procedimento de-noising, apropriado para obter uma série suavizada, que posteriormente foi submetida à análise de wavelet, evidenciando o desaparecimento do efeito da maré. Em seguida, provou-se, através de análise de coerência de potência e fase, que o efeito da maré no Ribeirão da Velha provém do Rio Itajaí-açú, no qual o primeiro deságua. Paralelamente, também se mostrou plausível o cálculo do atraso, com a posterior dedução da velocidade de deslocamento da maré através do ribeirão.
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Last modified: 2016-05-08 20:16:23